
Após ser cogitada a possibilidade de a
refundação do Partido Liberal (PL) naufragar ou fundir com o PSD, o
deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia,
Marcelo Nilo (PDT), estaria buscando uma nova definição para sua vida
partidária o mais rápido possível. Isso porque, conforme circula nos
bastidores, Nilo não estaria satisfeito com o fato de ter que ficar de
segundo plano no PSD – partido dado como aposta – , cujo cacique na
Bahia é o senador Otto Alencar. Aumentaria ainda mais a sua insatisfação
o fato de Walderlei Santana, prefeito de Antas, sua terra, ser do PSD e
também seu adversário político.
Com isso, o parlamentar, que muito se articulou para conseguir
assinaturas no Estado para a criação do PL, esteve em Brasília, ontem,
onde conversou com diversos políticos, desde o ministro Gilberto Kassab –
principal articulador da criação do PL –, ao senador Walter Pinheiro
(PT), o ministro da Defesa Jaques Wagner e o coordenador da bancada
baiana na Câmara dos Deputados, José Carlos Araújo, conforme o próprio
afirmou à Tribuna.
Foi apenas um segundo momento de conversas esta semana, uma vez que
na última segunda-feira ele esteve no Rio de Janeiro com o presidente
nacional do PDT, Carlos Lupi. Conforme afirma-se nos bastidores, Nilo
teria, inclusive, conversado com Lupi sobre a possibilidade de
permanecer no ninho pedetista, desde que tivesse em mãos a presidência
da sigla, atualmente com o deputado federal Félix Mendonça Jr., seu
desafeto. Félix, por sua vez, chegou a ironizar a situação e disse que,
se for para ajudar Nilo a sair do PDT, tentaria convencer Walderlei a se
filiar ao PDT. “O PL não vai dar certo, vai ser formado e vai ser
fundido com o PSD. Do PDT ele vai sair, porque já anunciou diversas
vezes. Mas não estou preocupado com isso, estamos preocupados com o
governo”, despistou.
Embora afirme categoricamente que sua saída do PDT é certa, assim
como sua entrada no PL, caso seja criado, Marcelo Nilo não descarta a
possibilidade de migrar para outras legendas se a presidente Dilma
Rousseff não sancionar o projeto que muda a exigência do prazo de
filiação para quem vai disputar as eleições em 2016, de um ano para seis
meses. “Tudo vai depender se Dilma vai vetar ou não essa mudança na
reforma política que diminui o prazo de filiação para seis meses, pois
então eu teria até março. Já tive hoje com Kassab, já tive com Wagner,
com José Carlos Araujo, com Pinheiro. Eu tenho várias opções”, destacou
ele. Algumas de suas principais armas para atrair partidos, e até mesmo a
liderança deles, como tanto almeja – e o que o fez se desentender com o
atual presidente do PDT na Bahia – são os nove deputados estaduais ao
seu lado, além de 82 prefeitos ou candidatos à prefeitura em 2016.
Questionado se deixaria de ingressar no PSD por causa do prefeito de
Antas, o deputado Marcelo Nilo disse que não. No aguardo da decisão da
presidente, disse que vai esperar o dia de hoje para resolver as
pendências. “Tem nada a ver isso. Tem muitos partidos para o grupo
nosso. Ainda estamos tentando resolver. Estou em Brasília pra isso. A
expectativa é que esta semana eu consiga resolver”.
Em agosto deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral negou o pedido de registro do PL nacional por falta de assinaturas, muito embora a sigla alegue que já havia conseguido o apoio mínimo. A situação, no entanto, ainda não foi completamente resolvida e o PL pode conseguir em breve o registro.
Em agosto deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral negou o pedido de registro do PL nacional por falta de assinaturas, muito embora a sigla alegue que já havia conseguido o apoio mínimo. A situação, no entanto, ainda não foi completamente resolvida e o PL pode conseguir em breve o registro.
No entanto, Marcelo Nilo está tentando encontrar um rumo melhor. Além
do PSD, que não tem feito os olhos do parlamentar brilhar porque não
teria forte liderança, o PROS seria uma outra possibilidade, atualmente
sob o comando do ex-deputado federal Maurício Trindade. À Tribuna, o
pedetista, quando entrevistado no dia 17 de setembro, não negou a
possibilidade mas despistou. Atualmente, o Pros tem sido bastante
disputado. De um lado foi prefeito ACM Neto (DEM), ao qual a sigla é
aliada. E do outro, o governador Rui Costa (PT).
Por Karla Oliveira/Tribuna da Bahia